quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Escola Carioca de Stand Up Paddle Surf

O SupGuru Gui Gama convida os cariocas a conhecer sua cidade por um ângulo inusitado: abra as portas da orla, da lagoa, de ipanema, copacabana, baía de Guanabara, Guaratiba etc.







Sacopenapã, a lagoa dos cariocas

O nome em tupi quer dizer “lagoa das raízes chatas”, mas a imensa laguna de águas salgadas era conhecida pelos portugueses como “a lagoa dos socós”. A lagoa, então com 3 milhões e 500 mil m2 de área, era um imenso viveiro de peixes e um canal de 200 m de largura garantia de renovação constante das águas. A ligação com o mar foi um problema recorrente e o próprio D. João VI, em 1813, ordenou a abertura de valas, no mesmo local onde está hoje o Jardim de Alah, para impedir a morte de peixes.
Além de bom pesqueiro, a lagoa sempre serviu aos cariocas. Foi no seu entorno onde primeiro se plantou a cana de açúcar e fabricou açúcar, na cidade do Rio de Janeiro. Depois, com a chegada da comitiva real, em 1808, ali foi instalada a primeira fábrica de pólvora da colônia e criado o Jardim da Aclimação, hoje Jardim Botânico. Para construir no local, o Príncipe Regente indenizou a família do fidalgo Rodrigo de Freitas Castro e Mello, que dá nome à lagoa até os dias de hoje.
Sucessivas melhorias foram feitas ao longo do século XX: o primeiro saneamento feito pelo prefeito Pereira Passos (1906); a ressalinização das águas promovida por seu sucessor, Paulo de Frontin (1918); e a urbanização promovida por Carlos Sampaio (1922). Nessa época, apesar dos aterros, a área da Lagoa chegava às ruas Humaitá, no bairro de Botafogo, e Marquês de São Vicente, na Gávea.
A partir de então, a Lagoa Rodrigo de Freitas perdeu quase a metade de sua área original. Até que, em 1975, a lagoa e sua orla foram tombadas pelo patrimônio histórico. Um decreto do prefeito Marcos Tamoyo proibiu qualquer alteração na linha do espelho d’água e restringiu as construções na área. O alinhamento de suas margens permitia a sua utilização somente para a construção de área de lazer. Nessa época foi criado o Parque da Catacumba, na área antes ocupada pela favela de mesmo nome. Hoje, a área tornou-se o único parque de esculturas do mundo, com mais de 30 trabalhos doados por artistas famosos, como Caribé, Bruno Giorggi, Krajcberg, Mario Cravo, Remo Bernucci, Roberto Moriconi, Franz Waissman e outros.
Hoje, a Lagoa Rodrigo de Freitas é, no dialeto carioca, um “grande barato” que funciona 24 horas. O Parque Tom Jobim ( nome oficial) é um misto de complexo esportivo e centro de diversões, que pode começar às 6 h da manhã, com aulas de Tai Chi Chuan, no Baixo Bebê (saída do Tunel Rebouças), e terminar na madrugada do dia seguinte em algum dos 30 quiosques que existem na orla. Tem gosto para tudo: música ao vivo e de fita (MPB, rock e pop); bebidinhas e petiscos de todos os tipos; pratos das culinárias árabe, chinesa, italiana, japonesa e baiana, passando pelos churrascos e comida natural. Alguns restaurantes abrem para café da manhã, mas a maioria serve almoço e jantar das 11:00 às 2:00 h da manhã. Há, ainda, a alternativa popular do “PF” – o prato feito – a R$ 6,00, no China da Lagoa, no Parque do Cantagalo.
Para quem cultua o corpo, as tribos são diversas: o clube de corrida, por exemplo, foi criado pelo atleta olímpico Robson Caetano e reúne cerca de 80 membros. Há um ano eles se reúnem no QuiOSC (Outdoor Sport Café), no Corte do Cantagalo, com direito a nutricionista e fisioterapeuta de plantão. Remadores do Botafogo, Vasco e Flamengo treinam ali diariamente e nas sedes náuticas desses clubes há aulas diárias de remo. Mas há quem prefira arriscar uns tombos no board ski, wind surf e fazer força na canoa indonésia. Para os atletas de fim de semana, o sugerido são “peladas” nas inúmeras quadras de futebol e basquete, além de animadas partidas de volêi e tênis. Para os adeptos do “pedala Robinho!”, existem bicicletas simples e duplas, triciclos e pedalinhos.

No lado oposto ao Cantagalo fica o Parque dos Patins, de construção mais recente na área antes ocupada pelo Tivoli Park. Trata-se de um grande complexo de esporte e diversão onde, durante o dia, os campos de futebol com grama sintética, basquete e volêi, tênis e pistas de patins e skate, fazem a festa das crianças e adultos. À noite, os vários quiosques, misto de restaurantes e lanchonetes, atraem todo o tipo de público. Os jovens preferem o quiosque n.º 1, onde o rock e o pop dominam, enquanto os “mais antigos” preferem os restaurantes tradicionais. Famílias inteiras recuperam suas forças debruçadas em torno de saborosos pratos árabes e italianos, além do brasileiríssimo churrasco.